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A PSICOLOGIA


Eu com os outros

Se há algo de que gosto realmente é que as pessoas que fazem parte da minha caminhem comigo, lado a lado, não só porque é muito melhor ir descobrindo o futuro em simultâneo, mas também porque permite que me dêem a mão quando preciso e que eu lhes dê a minha quando elas precisam.
Caminhar assim dá-nos também a liberdade de olhar apenas em frente quando precisamos de nos concentrar em nós próprios, ou seja, sem ninguém a interferir.
Não gosto que andem à minha frente, e muito menos atrás ; dificulta o olhar nos olhos, pode até ser perigoso, porque quem olha para trás deixa de ver o que tem à frente.


"Todo o ser humano é um texto que deve ser lido". Percebo agora que quando encaramos uma pessoa, tal como acontece com os livros, da qual, num primeiro contacto, apreciamos, o nosso comportamento para com essa pessoa. Contudo, é necessário ir mais além, nunca confiar totalmente nas sinopses. Pessoalmente prefiro começar logo a “lêr”.
No entanto, esta segunda leitura nem sempre é fiel ao conteúdo. Há sempre algo mais: figuras de estilo, simbologias, linguagem subentendida e muitas reticências ocultadas. Interpretar esse texto humano é o que me fascina. Saber, por exemplo, que o que a pessoa diz não reflete, necessariamente, o que ela sente e que o que ela mostra, os sentimentos, são resultado de reações incríveis, excitação de um dos órgãos dos sentidos. É preciso entender muito mais do que o significado das palavras para ler o texto apresentado pelo ser humano, uma vez que página a página folheamos as pessoas, algumas marcadamos com marca-páginas, outras deixamos para ler melhor posteriormente, outras ainda nos dão sono… Posto isto, podemos, então, dizer, verdadeira leitura consiste em ser capaz de lêr nas entrelinhas.

Eu nos contextos (sociais)

Como animais sociais que somos, temos esta necessidade de aceitação por parte dos outros, o que, por vezes, não acontece.
A sociedade criou regras para que possamos ser aceites e sentir-nos integrados. Ela define tantas coisas chatas que sem isso a nossa vida certamente seria melhor. Por exemplo, as pessoas à nossa volta procuram determinar o tipo de pessoa com quem devemos namorar, viver ou até casar... Afinal, onde que está o limite de tudo?Está claro que limites têm de ser definidos, pois esperar a aprovação dos outros para qualquer coisa destrói a nossa originalidade. O grande objectivo é criar uma multidão una, clones com regras de boas maneiras incutidas no cérebro.
Na minha opinião, todos temos o direito de nos expressar livremente, de sermos nós próprios. Eu vivo a minha vida e só comecei realmente a tê-la a partir do momento em que deixei de me preocupar com o que as pessoas pensavam a meu respeito. A minha vida é minha, e gosto de a viver à minha maneira e de a partilhar com os meus microssistemas mais queridos.
Em suma, não quero com isto dizer que cada indivíduo deve agir conforme bem entender mas sim que a sociedade necessita de adoptar uma posição mais abrangente e uma mente aberta. O nosso comportamento é regido pelos contextos em que estamos inseridos, pelas pessoas que nos rodeiam. Como dizem, quando perdemos o direito de ser diferentes, perdemos o privilégio de ser livres.

Biografia - Urie Bronfenbrenner

Jacques Jacob Bronfenbrenner nasceu em Cherson (Kherson), na Ucrânia, em 1883. De 1902 até 1906, estudou na Universidade Imperial de Odessa. Ele era um membro do Partido Social-Revolucionário e um seguidor de Leon Trotsky. Na revolução de 1905, foi entre a população civil que apoiou a rebelião da Frota do Mar Negro Imperial, que foi imortalizada por Sergei Eisenstein no filme "O Encouraçado Potemkin". Preso pelo regime czarista, Bronfenbrenner fugiu do Império Russo e encontrou paz como um estudante no Instituto Pasteur em Paris (1907-1909).
Enquanto esteve em Paris, trabalhou nos laboratórios de Elie Metchnikoff (Ilya Ilich Mechnikov, 1845-1916), que ganhou o Prémio Nobel em 1908 pela descoberta da fagocitose, com outros cientistas russos emigrados, nomeadamente Alexandre Besredka.
Grande parte das pesquisas do laboratório Bronfenbrenner inicial foi baseado em descobertas fundamentais Besredka em terapias antivirais. O "Iakov" de sua juventude tornou-se "Jacob", mas ele também se tornou conhecido como "Jacques, em Paris, e manteve esta versão como seu primeiro nome.

Biografia - Wilhelm Wundt

Wilhelm Maximilian Wundt (Neckarau, 16 de agosto de 1832 Großbothen, 31 de Agosto de 1920) foi um médico, filósofo e psicólogo alemão. É considerado um dos fundadores da moderna psicologia experimental junto com Ernst Heinrich Weber (1795-1878) e Gustav Theodor Fechner (1801-1889).Entre as contribuições que o fazem merecedor desse reconhecimento histórico estão criação do primeiro laboratório de psicologia no Instituto Experimental de Psicologia da Universidade de Leipzig (Lipsia) na Alemanha em 1879 e a publicação de Principles of Physiological Psychology/Princípios de Psicologia Fisiológica em 1873 onde afirmava textualmente que seu propósito, com o livro, de demarcar um novo domínio da ciência.
Os estudos feitos por Wundt foram férteis e abundantes. À medida que a ciência se desenvolvia o laboratório e as publicações de seus integrantes tornava-se mais produtivo.E com isso surgiram várias ramificações, dando assim origem a novas tendências que se estruturaram ao longo do século XX, as quais foram: O Estruturalismo, O Funcionalismo, O Behaviorismo e a Psicanálise. Cada uma dessas escolas caracterizou-se pela sua definição de psicologia, pelos seus conteúdos e pelos métodos que empregavam no decorrer de suas actividades.

Biografia - Sigmund Freud

Sigmund Freud (nascido Sigismund Schlomo Freud a 6 de maio de 1856 — 23 de setembro de 1939) foi um médico, neurologista austríaco e judeu, fundador da psicanálise. Freud nasceu em Freiberg, Morávia, na época pertencente ao Império Austríaco; actualmente a região é denomimada Příbor, na República ChecaFreud iniciou os seus estudos pela utilização da hipnose como método de tratamento para pacientes com histeria. Ao observar a melhoria de pacientes de Charcot, elaborou a hipótese de que a causa da doença era psicológica, não orgânica. Essa hipótese serviu de base para os seus outros conceitos, como o do inconsciente. Freud também é conhecido pelas suas teorias dos mecanismos de defesa, repressão psicológica e por criar a utilização clínica da psicanálise como tratamento da psicopatologia, através do diálogo entre o paciente e o psicanalista. Freud acreditava que o desejo sexual era a energia motivacional primária da vida humana, assim como as suas técnicas terapêuticas. Ele abandonou o uso de hipnose em pacientes com histeria, em favor da interpretação de sonhos e da livre associação, como fontes dos desejos do inconsciente. Freud, as suas teorias e os seus tratamentos foram controversos em Viena no século XIX, e continuam a ser muito debatidos hoje. As suas ideias são frequentemente discutidas e analisadas como obras de literatura e cultura geral em adição ao contínuo debate ao redor delas no uso como tratamento científico e médico.

Biografia - John Watson

John Broadus Watson nasceu em um sítio próximo a Greenville, na Carolina do sul, onde frequentou os primeiros anos de estudo em uma escola que possuía apenas uma sala. Sua mãe era extremamente religiosa, ao contrário do pai. O velho Watson bebia muito, era violento e mantinha muitas relações extraconjugais. Ele raramente conseguia manter um emprego fixo, por isso a família vivia a beira da pobreza, subsistindo à custa da produção de sítio. Alguns vizinhos os desprezavam, enquanto outros sentiam pena deles. Quando Watson estava com 13 anos, seu pai fugiu com outra mulher e nunca mais voltou. Watson jamais o perdoou por isso, e anos mais tarde, quando se tornou rico e famoso, seu pai foi procurá-lo em Nova York, mas Watson não quis vê-lo. Na infância e na adolescência, Watson era descrito como delinquente. Ele mesmo se dizia preguiçoso e desobediente, e suas notas na escola eram apenas suficientes para passar de ano. Os professores consideravam-no indolente, sempre propenso a discussões e, às vezes incontrolável. Duas vezes envolveu-se em brigas e foi preso, em uma das ocasiões, por atirar dentro dos limites urbanos. Contudo, 16 anos matriculou-se na Furman University, em Greenville, afiliada a igreja Batista, disposto a tornar-se pastor, como prometera à mãe. Estudou filosofia, matemática, latim e grego, planejando entrar no seminário teológico depois de se formar em Furman.

Biografia - Jean Piaget

Jean Piaget nasceu a 9 de Agosto de 1896 na cidade de Neuchâtel, na Suíça. Era filho de Arthur Piaget, professor de Literatura Medieval na Universidade de Neuchâtel, e de Rebecca Jackson.Estudou Ciências Naturais na Universidade de Neuchâtel. Frequentou a Universidade de Zurique onde contactou com a psicanálise. Trocou depois a Suíça pela França onde efectuou os seus primeiros estudos experimentais de psicologia do desenvolvimento.Em 1923 casou com Valentine Châtenay. Deste casamento teve três filhas: Jacqueline, Lucienne e Laurent, cujo desenvolvimento intelectual foi por si meticulosamente estudado.Em termos psicológicos, a sua investigação tem por objectivo central o estudo dos dispositivos que o indivíduo utiliza para perceber o mundo.Como epistemólogo, procurou determinar cientificamente o processo de construção do conhecimento. Nos últimos anos da sua vida centrou os seus estudos no pensamento lógico-matemático. Piaget não propõe um método de ensino mas apresenta uma teoria do desenvolvimento cognitivo cujos resultados são utilizados por psicólogos e pedagogos.Faleceu a 16 de Setembro de 1980 em Genebra.

Biografia - Jerome Bruner

Jerome Seymour Bruner (Nova Iorque, 1915) é um psicólogo estadunidense.Graduou-se na Universidade de Duke, Durham (Carolina do Norte), em 1937 e posteriormente em Harvard, Cambridge (Massachusetts), em 1941, obteve o título de doutor em Psicologia e tem sido chamado o pai da Psicologia Cognitiva, pois desafiou o behaviorismo.Ensinou e fez investigação, também, na New School for Social Research. Actualmente é professor na New York University. Possui doutoramentos “honoris causa” pelas Universidades de Yale, Columbia, Sorbonne, Berlim e Roma, entre outras. É membro da Society for Research in Child Development e da American Psychological Association. Possui uma obra muito diversificada e traduzida na área da educação, pedagogia e psicologia.Um aspecto relevante de sua teoria é que o aprendizado é um processo ativo, no qual aprendizes constroem novas idéias, ou conceitos, baseados em seus conhecimentos passados e atuais. O aprendiz seleciona e transforma a informação, constrói hipóteses e toma decisões, contando, para isto, com uma estrutura cognitiva.A estrutura cognitiva (esquemas, modelos mentais) fornece significado e organização para as experiências e permite ao indivíduo "ir além da informação dada". A aprendizagem torna-se, então, um processo interno e não um produto direto do ambiente, das pessoas ou de fatores externos àquele que aprende.Bruner pesquisou o trabalho de sala de aula e desenvolveu uma teoria da instrução, que sugere metas e meios para a ação do educador, baseada no estudo da cognição. Muito da teoria está ligado à pesquisa do desenvolvimento infantil (especialmente Jean Piaget).Embora Bruner seja um psicólogo por formação e tenha dedicado grande parte das suas obras ao estudo da psicologia, ganhou grande notoriedade no mundo da educação graças à sua participação no movimento de reforma curricular, ocorrido, nos EUA, na década de 60.

Calendário


































































Experiência - A Caverna dos Ladrões (Sherif)

1ª Fase - Em 1958, Sherif e os seus colaboradores, organizaram experiências num campo de férias de Verão, em Oklahoma, com um grupo de rapazes de 11 e 12 anos, saudáveis e equilibrados, que não se conheciam. Foram divididos em dois grupos. A cada grupo foram atribuídas tarefas que implicavam a cooperação interna e levariam à coesão do grupo.

2ª Fase - Após assegurarem a coesão dentro de cada grupo passaram ao confronto directo entre os dois grupos, com jogos, onde um seria o vencedor e outro o derrotado, proporcionando prémios e troféus à equipa vencedora e recompensas a cada elemento individualmente. O nível de competitividade foi crescendo e no final da segunda semana a rivalidade era forte e evidente. Os rapazes de cada equipa tornaram-se hostis em relação aos da outra, com agressões, assaltos, insultos. Cada grupo sobrevalorizava os seus resultados, ao mesmo tempo que subavaliavam os do outro grupo. Os rapazes mais agressivos tornaram-se líderes no seu grupo, onde não havia lugar a divergências. Entretanto, os investigadores adoptaram comportamentos que favoreciam um grupo em detrimento do outro. O grupo mais prejudicado reagia contra os rapazes do outro grupo e não contra os chefes do acampamento. O nível de coesão dentro de cada grupo aumentou ainda mais, respeitando rigorosamente as normas vigentes.

3ª Fase - Os investigadores terminaram com as actividades competitivas e procuraram a união dos dois grupos favorecendo o contacto entre eles: visualização de filmes em conjunto, etc. Mas o ambiente entre os dois grupos era tão hostil que a participação nessas actividades, ao invés de produzir cooperação, aumentou ainda mais o conflito, aprofundando-se os estereótipos negativos.
Os investigadores introduziram aquilo a que chamaram objectivos superordenados, ou seja, estabeleceram actividades essenciais para ambos os grupos, mas que só se podiam concretizar se houvesse colaboração mútua. Por exemplo, trabalharam em conjunto para reparar a avaria do veículo que distribuía a água pelo acampamento. A execução desta tarefa, em cooperação, essencial para ambos os grupos, alterou progressivamente a avaliação mútua. A hostilidade deu lugar ao desenvolvimento de novas amizades e, no fim das férias, os dois grupos formavam apenas um.
Com esta experiência foi possível avaliar a formação de conflitos entre grupos e o papel da cooperação no processo de superação de relações hostis.

Relatório do filme "Colisão"

"Colisão" é um filme que demonstra o retrato de uma sociedade marcada pelo preconceito. Este, no entanto, não é reflectido na ingénua fórmula preto-branco, mas antes como uma realidade multicolorida e complexa: negros, brancos, muçulmanos, latinos, pobres, ricos.
Tudo começa a partir do roubo de um carro de uma mulher rica. A partir de então uma série de incidentes acaba por aproximar pessoas de diversas etnias e classes sociais de Los Angeles: um veterano policial racista e o seu jovem parceiro passivo em relação às suas atitudes, um detective negro e o seu irmão traficante de carros roubados, um bem-sucedido director de cinema negro que finge ser budista para não ter exposto a sua origem afro-descendente, um imigrante iraniano com um pequeno comércio muitas vezes assaltado, um trabalhador latino que luta para sustentar sua família... Todos estão inseridos no filme como peões dum intrigante tabuleiro de emoções que afloram conforme eles se encontram, ou melhor, se esbarram no acaso da vida do dia-a-dia. Nesses encontros, as personagens tomam consciência de quem realmente são e a maneira como conduzem as suas vidas, muitas vezes patéticas. O sentimento que serve de fio condutor é o racismo presente nos EUA.

Investigação Pessoal - Curiosidades sobre Freud

O sorriso de Mona Lisa já despoletou várias teorias, entre elas uma que defende que se deve ao facto de Gioconda estar secretamente grávida. Sigmund Freud, por seu lado, interpretava a figura enigmática de Mona Lisa como uma simbiose entre o sorriso da sua mãe adoptiva e o olhar triste de sua mãe natural (Psychology, Lewis-Clark State College). A teoria mais aceite é a de que Mona Lisa não é mais do que um auto-retrato do artista. Alguns testes com raios-X comprovam esta teoria.
O pai da psicanálise interessou-se pelo mundo das letras muito jovem. Aos 8 anos, já costumava ler Shakespeare. Também participou em adolescente numa conferência sobre um ensaio de Goethe a respeito da natureza. Antes de optar pelo curso de Medicina, Freud pensou em estudar direito. Entre 1884 e 1887, desenvolveu uma pesquisa sobre as propriedades da cocaína. Para tal, tomava ele mesmo pequenas doses e depois anotava os seus efeitos.

Mais tarde, quando foi publicado em algumas revistas médicas que o uso prolongado do entorpecente poderia causar delírio, acabou por ser acusado de propagar uma nova doença. Fora isso, chegou a receitar uma quantidade significativa do produto a um paciente, que acabou por morrer de overdose.








Investigação Pessoal - Complexo de Édipo

Alguns heróis míticos enfrentam problemas profundos, por vezes insolúveis. Para os antigos gregos, as suas histórias trágicas demonstravam quanto a estrutura humana é falível e todas as suas desgraças eram originadas pela sua condição de homens.
Talvez um dos mais famosos heróis trágicos seja Édipo, em cuja história encontrou bem definido um dos mais tormentosos conflitos a que se chamou "Complexo de Édipo".
Conta a lenda grega que ao filho do rei Tebas, Édipo, um oráculo vaticinou, que um dia ele mataria o pai, o rei de Tebas, e casaria com sua mãe. Em consequência o rei mandou matar o filho, mas em segredo um criado abandonou-o vivo numa encosta de pés atados. Um pastor recolheu-o e deu-lhe um nome que significa "pés inchados". Mais tarde um rei e sua esposa, estrangeiros, adoptaram a criança e educaram-na como se fosse seu filho numa cidade distante.
Mais tarde, Édipo, já adulto, e sobre dúvidas crescentes sobre a sua origem levou-o a consultar um oráculo que lhe afirmou: "Tu matarás o teu pai e casarás com tua mãe". Édipo afastou-se então dos seus pais adoptivos para escapar a estas fatalidades. Na sua fuga travou uma violenta discussão na estrada com um desconhecido e matou-o, sem suspeitar que era o seu pai. Defrontou uma esfinge, monstro com cabeça de mulher e corpo de leão, que matava todas as pessoas que não conseguiam decifrar os seus enigmas, à qual lhe perguntou: "Qual o animal que anda com quatro patas de manhã, com duas ao meio dia e com três ao anoitecer?". E Édipo respondeu "O homem que caminha com as mãos e os pés no chão quando criança, mantém-se de pé sobre as duas pernas na sequência da Vida e precisa de apoiar-se numa bengala quando envelhece".
Édipo decifrou o enigma e o monstro lançou-se ao mar. Creonte, irmão da rainha Jocasta já viúva, que era a mãe de Édipo, tinha prometido a mão desta a quem libertasse Tebas do terror da Esfinge. Édipo entretanto viajou para Tebas, e deste modo desposou a rainha Jocasta sem saber que era a sua mãe. Posteriormente descobriu com horror que o estranho que matara era seu pai e que tinha desposado sua mãe. Jocasta enforcou-se. Édipo furou os seus próprios olhos, partindo para o exílio com sua filha Antígona.
Os grandes cientistas psicólogos recorrem aos antigos mitos para explicar muitos distúrbios humanos a nível psicológico e até mental. Sigmund Freud viu nesta lenda o modelo dum conflito fundamental do homem: a representação do desejo sexual inconsciente e universal de cada filho pela mãe e da consequente rivalidade em relação ao pai. Segundo a teoria freudiana esta lenda caracteriza uma fase do desenvolvimento psicológico infantil, mas que pode conduzir a perturbações que, caso não sejam tratadas, se traduzem mais tarde na idade adulta em perturbações neuróticas.

Investigação Pessoal - Complexo de Electra

Segundo um mito grego, Electra teria concebido da sua união com Zeus, a Harmonia. Mas sobretudo, a personagem de Electra é especialmente conhecida pela tragédia grega como sendo filha de Agamémnon, rei de Micenas e chefe das forças gregas contra Tróia, e de Clitemnestra, a qual era amante de Egisto.Este, com a sua amante, planeavam matar Agamémnon depois do seu regresso da guerra, e usurpar o trono. Electra sente-se devorada pelo desejo de vingar a honra do pai, a quem muito amava, fazendo com que matem sua mãe e o amante. Incitou o seu irmão Orestes a realizar esse gesto e depois ajudou-o a enterrar o punhal. Esta lenda mitológica serviu como tantas outras para esclarecer, com base científica, muitos distúrbios humanos tanto a nível psicológico como mental. Assim Freud mais tarde explica, que satisfeitas as necessidades básicas da fome e da sede, e segundo este psiquiatra o Id que é uma das 3 bases arquitectónicas do psiquismo (além do Super-Ego e do Ego) é conduzido pelos impulsos sexuais e por vezes agressivos. Segundo a teoria freudiana a criança é atraída sexualmente em relação ao progenitor do sexo oposto, e de princípio rejeita e teme o do mesmo sexo.

Modelo ecológio do desenvolvimento


Actividade - Modelo ecológico do desenvolvimento






Problemas e conceitos teóricos estruturadores da Psicologia


Actividade - Freud


Problemas e conceitos teóricos estruturadores da Psicologia


Actividade - Os factores de desenvolvimento segundo Piaget


Glossário

Eu com os outros/ Eu nos contextos


Acomodação- processo pelo qual os esquemas mentais existentes modificam-se em função das experiências e relações com o meio.

Adaptação- modificação dos comportamentos que permitem o equilíbrio das relações entre o organismo e o meio.

Ambivalência- estado em que um mesmo indivíduo possui comportamentos antagónicos.

Animismo: atribuição de emoções e pensamentos a objectos inanimados.

Aprendizagem condicionada-o comportamento humano é produto de condicionamentos, isto é, de associações de uma respostas a um estímulo.

Artificialismo: explicação de fenómenos naturais como se fossem produzidos pelos seres humanos. O sol foi aceso por um fósforo gigante.

Assimilação- integração dos novos dados nos conhecimentos, nas estruturas anteriores.

Auto-estima- avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma como sendo intrinsecamente positiva ou negativa em algum grau.

Behaviorismo- é o conjunto das teorias psicológicas (dentre elas a Análise do Comportamento, a Psicologia Objetiva) que postulam o comportamento como o mais adequado objeto de estudo da Psicologia.

Cibernética- a ciência e a arte da auto-regulação.

Comportamento- conjunto de reações de um sistema dinâmico em face às interações e realimentações propiciadas pelo meio onde está inserido.

Conflito- resulta de uma situação de antagonismo de interesses.

Conflito intragrupal- quando o conflito ocorre no interior de um grupo de indivíduos.

Conflito interpessoal- situação na qual duas ou mais pessoas divergem na percepção, avaliação e/ou proposta de acção sobre algum ponto em comum.

Conflito social- processo social básico de convivência que se caracteriza por uma operação personalizada, voluntária e descontínua, visando à conquista de um valor social escasso. É através dos conflitos sociais que o homem provoca mudanças na sociedade.

Consciência- qualidade da mente, considerando abranger qualificações tais como subjetividade, auto-consciência, sentiência, sapiência, e a capacidade de perceber a relação entre si e um ambiente.

Contexto- conjunto de condições e factores que constituem o meio ambiente global no qual o ser humano está inserido. É no meio global que se constroem os processos desenvolvimentais.

Cooperação- elação baseada na colaboração entre indivíduos ou organizações, no sentido de alcançar objectivos comuns, utilizando métodos mais ou menos consensuais.

Cronossistema- abrange mudanças em relação ao tempo não apenas nas características das pessoas, como também no ambiente em que esta vive, como por exemplo, mudanças no curso de vida e estrutura da família.

Dedução- processo de raciocínio através do qual é possível, partindo de uma ou mais premissas aceitas como verdadeiras a obtenção de uma conclusão necessária e evidente.

Ego- designa na teoria psicanalítica uma das três estruturas do modelo triádico do aparelho psíquico. O ego desenvolve-se a partir do id com o objetivo de permitir que seus impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo.

Egocentrismo- entendimento pessoal de que o mundo foi criado para si e pela incapacidade de compreender as relações entre as coisas.

Epistemologia- (epistemo = conhecimento; e logia = estudo) estudo do conhecimento

Equilibração- processo mediante o qual se equilibra aquilo que já sabemos (assimilação) com aquilo que podemos ser solicitados aprender e que não se ajusta completamente à nossa compreensão (acomodação).

Esquema- estrutura mental que representa algum aspecto do mundo. As pessoas usam esquemas para organizar o conhecimento atual e providenciar uma base para compreensão futura.

Estereótipo- imagem preconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação. São usados principalmente para definir e limitar pessoas ou grupo de pessoas na sociedade.

Estádio anal- neste estádio a maturação e o desenvolvimento psicomotor vão permitir à criança reter ou expulsar as fezes/urina. A criança é mais autónoma e extiste ambivalência na forma como a criança hesita entre ceder ou opor-se às regras de educação.

Estádio das operações concretas- é a partir deste estádio que começam a ver o mundo com mais realismo, deixam de confundir o real com a fantasia. É neste estádio que a criança adquire a capacidade de realizar operações.

Estádio das operações formais- é neste estádio que a criança realiza raciocínios abstractos, não recorrendo ao contacto com a realidade. A criança deixa o domínio do concreto para passar às representações abstractas.

Estádio de latência- vai reactivar a sexualidade adormecida durante o período de latência. No estádio genital retomam-se as problemáticas do estado fálico, como o complexo de Édipo. A puberdade traz novas pulsões sexuais genitais e o adolescente autonomiza-se da família.

Estádio fálico- as crianças estão interessadas nas diferenças anatómicas entre os sexos, às interacções homem e mulher, tem brincadeiras que exploram essa interação (aos pais e as mães). Tem comportamentos exibicionistas e gostam de espreitar.

Estádio genital- a adolescência vai reactivar uma sexualidade que esteve como que adormecida durante o período de latência. A puberdade traz novas pulsões sexuais genitais e o mundo relacional do adolescente é alargado a pessoas exteriores à família.

Estádio oral- neste estádio o ser humano nasce com id, isto é, um conjunto de pulsões inatas. É constituído por um período em que a criança é muito passiva e dependente e outro, em que a criança é mais activa e pode mesmo morder o seio ou o biberão. O desmame corresponde a uma frustração que vai situar a criança em relação à realidade do mundo.

Estádio pré-operatório- este estádio é fundamental para o desenvolvimento da criança. Apesar de ainda não conseguir efectuar operações, a criança já usa a inteligência e o pensamento.

Estágios- patamares de desenvolvimento que se dá por sucessão.

Estádio sensoriomotor- a actividade cognitiva durante este estádio baseia-se, principalmente, na experiência imediata através dos sentidos em que há interacção com o meio, esta é uma actividade prática.

Estímulo- aquilo que provoca uma resposta particular.

Exossistema- compreende as ligações entre dois ou mais ambientes, sendo que pelo menos um deles não contém a pessoa em desenvolvimento, mas no qual ocorrem eventos que a influenciam indiretamente.

Experiência física- acção exercida sobre o objecto, desenvolve a motricidade da criança propiciando o seu desenvolvimento intelectual.

Finalismo- as crianças estão sempre a questionar os adultos.

Função simbólica- capacidade que o indivíduo tem de gerar imagens mentais de objetos ou acções.

Frustração- emoção que ocorre nas situações onde algo obstruí de alcançar um objetivo pessoal. Quanto mais importante for o objetivo, maior será a frustração. É comparável à raiva.

Hereditariedade- a maturação interna dos sistemas endócrino e nervoso, bem como o crescimento orgânico tem um papel importante no processo de desenvolvimento, ainda que a maturação dependa fundamentalmente de factores genéticos, a estimulação do meio pode acelerar ou retardar o processo de maturação.


Id- designa na teoria psicanalítica uma das três estruturas do modelo triádico do aparelho psíquico. O id é a fonte da energia psíquica (libido). O id é formado pelas pulsões - instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes.

Inteligência- capacidade mental de raciocinar, planejar, resolver problemas, abstrair idéias, compreender idéias e linguagens e aprender.

Inteligência conceptual- racional ou abstracta. Pressupõe o recurso da linguagem e outros sistemas simbólicos e manifesta-se nas capacidades de compreensão, raciocínio, resolução de problemas e tomadas de decisão.

Inteligência prática- resolução de problemas, capacidade de manipulação e de mobilização de representações perceptivas. Permite a resolução de problemas do quotidiano.

Inteligência social- manifesta-se na vida relacional e social e na resolução de problemas interpessoais, recorrendo predominantemente à intuição.

Interacionismo- teoria psicológica que sustenta que o desenvolvimento do comportamento humano é uma construção resultante da relação do organismo com o meio em que está inserido.

Introspecção- acto pelo qual o sujeito observa os conteúdos dos seus próprios estados mentais, tomando consciência deles.

Introspecção controlada- implica a presença de observadores externos e estruturação da descrição das emoções.

Mecanismos de defesa- processos subconscientes desenvolvidos pela personalidade, os quais possibilitam a mente desenvolver uma solução para conflitos, ansiedades, hostilidades, impulsos agressivos, ressentimentos e frustrações não solucionados ao nível da consciência.

Mediação- alternativa de resolução de conflitos muito mais vantajosa para todos, porque as soluções são encontradas pelos próprios envolvidos, com a facilitação de um profissional.

Mesossistema- relações que ocorrem entre dois ou mais ambientes contendo a pessoa em desenvolvimento, como, por exemplo, as relações entre a casa e a escola, a escola e o local de trabalho, etc. Um mesossistema é um sistema de microssistemas.

Microssistema- padrão de actividades, papéis sociais e relações interpessoais experimentadas pela pessoa em desenvolvimento num dado ambiente.

Modelo bioecológico- o modelo bioecológico propõe que o desenvolvimento humano seja estudado através da interação de quatro núcleos inter-relacionados: o processo, a pessoa, o contexto e o tempo.

Modelo computacional da mente- afirma que a mente humana pode ser concebida como um sistema de processamento de dados muito semelhante ou idêntico ao de um computador digital.

Modelo ecológico do desenvolvimento- o desenvolvimento é um processo que decorre toda a vida e resulta da interacção entre o indivíduo e os múltiplos contextos em que se insere.

Negociação- implica caracteristicamente uma troca de dar e receber entre negociador e o oponente, que tentam chegar a uma conclusão agradável ou aceitável no ajuste de um problema ou disputa.

Neurociência- termo que reúne as disciplinas biológicas que estudam o sistema nervoso, normal e patológico, especialmente a anatomia e a fisiologia do cérebro interrelacionando-as com a teoria da informação, e linguística, e mais disciplinas que explicam o comportamento, o processo de aprendizagem e cognição humana bem como os mecanismos de regulação orgânica.

Objectivos supraordenados- objectivos essenciais para os grupos e que só se conseguiram concretizar com base na cooperação.

Objecto permanente- quando o indivíduo pode conceber o objeto mesmo estando fora de seu alcance de visão.

Pensamento intuitivo- já com uma certa descentração cognitiva, vai permitir que a criança solucione alguns problemas e possibilitar muitas aprendizagens.

Preconceito- juízo preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude discriminatória perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos".

Pulsão- impulso energético interno que direciona o comportamento do indivíduo.

Realismo- sem preocupações de objectividade, a realidade é construída pela criança. Se sonhou que o lobo esta no corredor, vai ter medo de sair do quarto.

Recalcamento- está estritamente ligado a noção de inconsciente e é um processo através do qual se elimina da consciência partes inteiras da vida afetiva e relacional profunda.

Reversibilidade- capacidade de voltar, de retorno ao ponto de partida. Aparece portanto como uma propriedade das acções do sujeito, possível de se exercerem em pensamento ou interiormente.

Sensações- informações que seres biológicos são capazes de sentir nas situações que vivenciam.

Sentimento- informações que seres biológicos são capazes de sentir nas situações que vivenciam.

Sexualidade- energia que encontra a sua expressão física, psicológica e social no desejo de contacto, ternura e às vezes amor.

Sistema- conjunto de elementos interconectados, de modo a formar um todo organizado.

Superego- designa na teoria psicanalítica uma das três estruturas do aparelho psíquico. É a parte moral da mente humana e representa os valores da sociedade.

Transmissão social – Integrada numa sociedade, a criança interage com o meio físico social. Um meio mais estimulante favorecerá o seu desenvolvimento. Contudo, o efeito de transmissão social, de educação, só tem resultado se houver uma assimilação activa do sujeito.

O Meu Perfil (2)



Eu... Com os outros... Os melhores :)

Quem sou eu?

Sobre mim

Escrever sobre mim? Acerca de quem sou? Faz sentido… Pois quem fui pouco importa e o que serei nem eu mesma sei.
Afinal, quem sou eu? Uma pergunta um pouco complicada que, no entanto, tem uma resposta simples: eu sou única. Pensando bem todos somos. Somos como um pacote de bolachas que, apesar de parecerem todas iguais há sempre aquelas que sabem melhor.
Particularizando, sou como qualquer outra pessoa: tenho preferências, objectivos e princípios. Aprecio os prazeres simples que a vida oferece: um bom livro, uma boa risada com os melhores amigos, o som do violino arranhado por Samvel Yervinyan.
Na verdade, tudo se resume a isto: nascemos, vivemos, e morremos.
Eu, vivo na esperança de não cair no esquecimento, todos vivemos. Únicos são aqueles cujos actos, sejam bons ou maus, encerram a capacidade de marcar as pessoas, transformando-se em memórias que jamais serão esquecidas.Quem sou eu? Sou uma pessoa que busca a grandeza, não me contento em ser apenas memória. Quero ser imortalizada, mistificada. Ajo movida pela minha própria vontade e desejos. Quem sou eu, perguntas? Sou a eterna apaixonada, uma alma fragmentada, uma jovem sonhadora, uma conformista, digamos. Sou uma pessoa insegura cheia de confiança. Tenho medos diários e sonhos por realizar…
E tu? Quem és?

Biografia - Abraham Maslow

Abraham Maslow (1 de Abril de 1908, Nova Iorque — 8 de Junho de 1970, Califórnia) foi um psicólogo americano, conhecido por ter proposto a pirâmide das necessidades de Maslow. Trabalhou no MIT, fundando o centro de pesquisa National Laboratories for Group Dynamics.
Realizou a sua pesquisa mais famosa em 1946, em Connecticut, numa área de conflitos entre as comunidades negra e judaica. Aí concluiu que a reunião de grupos de pessoas era uma das melhores formas de expor as áreas de conflito. Estes grupos, denominados T-groups (o «T» significa training, ou seja, formação), tinham como teoria subjacente o facto de os padrões comportamentais terem de ser «descongelados» antes de serem alterados e depois «congelados» novamente — os T-groups eram uma forma de fazer com que isto acontecesse.

Biografia - Wilfred Bion


Wilfred Ruprecht Bion (Mathura, 1897 — Oxford, 1979) foi um psicanalista britânico, pioneiro na dinâmica de grupo. Aos oito anos passou a viver numa pensão em Inglaterra. Os seus anos na escola de preparação foram os mais infelizes da sua vida. Saiu da mesma em 1915, imediatamente antes do seu 18º aniversário, e juntou-se ao Regimento Real de Tanques em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial.
Formado em medicina, o seu interesse na psicanálise aumentou. Submeteu-se então, a um treino supervisionado pela psicanalista Melanie Klein - pioneira no estudo da relação mãe e filho - que influenciou o pensamento de Bion.
Bion foi psiquiatra no exército britânico durante a Segunda Guerra Mundial, trabalhando em maneiras de melhorar a selecção dos oficiais e tratando vítimas. É conhecido particularmente pelo seu trabalho no Tavistock Institute, em Londres.
Durante os anos 40, abriu caminho na dinâmica de grupo, sendo Experiências com Grupos o auge desse trabalho. Abandonando-o a favor da prática psicanalítica, elevou-se à posição de director da Clínica de Psicanálise de Londres (1956-1962).
De 1962 até 1965, Bion foi presidente da Sociedade Psicanalítica Britânica.
Passou os seus últimos anos em Los Angeles, Califórnia. Realizou diversos seminários no Brasil a partir da década de 1970, influenciando profundamente diversos profissionais da área.

Biografia - Mary Ainsworth

Psicóloga e professora universitária norte-americana, Mary Ainsworth nasceu em Dezembro de 1913, em Glendale, no estado de Ohio, e faleceu a 21 de Março de 1999, em Carlottesville, no estado da Virgínia.
Ainsworth obteve a sua licenciatura (1935), o mestrado (1936) e o doutoramento (1939) na Universidade de Toronto, no Canadá, onde leccionou durante pouco tempo. Em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, juntou-se ao Corpo do Exército de Mulheres Canadianas, alcançando o posto de Major, em 1945. Depois, retomou as suas funções de docente, na Universidade de Toronto.
Em Inglaterra, Mary Ainsworth trabalhou na Clínica Tavistock, onde realizou investigação sobre os efeitos, no desenvolvimento e personalidade da criança, da separação materna. A psicóloga concluiu que a ausência da figura da mãe promovia efeitos de desenvolvimento adversos na criança. Em 1954, acompanhando o marido que obtivera um lugar no Instituto Africano Oriental de Investigação Social, em Kampala, no Uganda, Mary Ainsworth realizou, nesse país, um estudo de campo sobre a interacção mãe/filho, tendo este apenas um ano de vida.
A partir de 1955, prosseguiu o seu trabalho de investigação e docência na Universidade John Hopkins, alcançando o lugar de professora catedrática em 1963. Mudou-se para a Universidade da Virgínia, em 1974, e foi designada Professora Commonwealth, desde 1975 até 1984, ano em que se aposentou como professora jubilada, mantendo-se, no entanto, activa até 1992.

Biografia - Mary Main


Mary Main é uma investigadora da Universidade da Califórnia, em Berkeley, que juntamente com alguns dos seus colegas identificou um quarto estilo de vinculação, ou seja, um estilo de vinculação desorganizado. Esta vinculação pode ser caracterizada por uma ausência de estratégia coerente "organizada" de comportamento para lidar com o stress.
Existe um crescente corpo de pesquisa acerca das relações deficientes entre pais e filhos, apego desorganizado e riscos de psicopatologias mais tarde. O abuso é associado a este tipo de vinculação, que representa um factor de risco numa escala de distúrbios psicológicos.

Biografia - Harry Harlow

Harry Frederick Harlow (31 de Outubro de 1905 - 6 de Dezembro de 1981) foi um psicólogo americano conhecido pelas experiências de isolamento social realizadas em macacos bebés, que demonstraram a importância dos cuidados maternos no desenvolvimento social e cognitivo. Ele conduziu a maior parte da sua pesquisa na Universidade de Wisconsin-Madison, onde o psicólogo humanista Abraham Maslow trabalhou com ele.
As experiências de Harlow eram controversas, uma vez que incluíam a criação macacos bebés em câmaras isoladas, provocando severas perturbações nos mesmos. Alguns investigadores indicaram as suas experiências como um factor na ascensão do movimento de libertação animal nos Estados Unidos.

Biografia - Anna Freud

Anna Freud (Viena, Áustria, 3 de Dezembro de 1895 — Londres, 9 de Outubro de 1982) foi uma psicanalista filha de Sigmund Freud.
Foi a sexta e última filha do casal Sigmund e Martha Freud. Analisada pelo próprio pai, Anna focou o seu estudo principalmente no tratamento de crianças. O seu primeiro caso de análise a crianças foi Ernest Freud, um sobrinho. Teve várias divergências com Melanie Klein, psicanalista dissidente do freudismo ortodoxo, que fundou a escola inglesa.
Foi a primeira a dar ênfase ao ego na personalidade. Não rejeitando as forças do id e as restrições do superego, Anna Freud concebeu o ego humano com certa funcionalidade pró-ativa e independende. Ela também é responsável pelo estudo dos mecanismos de defesa, tema sobre o qual ela estudou mais a fundo.

Biografia - René Spitz

René Spitz (1887-1974), nasceu em Viena, e faleceu no Colorado, Estados Unidos. Começou por exercer medicina, mas cedo se rendeu aos conhecimentos propostos pela recém-nascida Psicanálise e foi o primeiro a fazer investigações em Psicologia infantil. Conheceu Sándor Ferenczi, psicanalista e hipnotizador, que fazia parte do círculo mais próximo de Sigmund Freud. Foi Ferenczi quem o apresentou ao criador da Psicanálise, e o levou até à Sociedade Psicanalítica de Viena. Em 1956, foi convidado pela Universidade do Colorado para aí leccionar, tendo aceite o convite. A sua investigação teve como objecto de pesquisa as fases iniciais da construção do Ego. Na sequência dos seus estudos foi levado à necessidade de desenvolver novas técnicas de observação de crianças da primeira infância. Conquistou a admiração do meio científico americano com seu interesse e método de estudo aplicado as crianças abandonadas. Foram as suas observações pioneiras quanto ao efeito das manifestações de carinho em crianças mantidas em um berçário que o catapultaram para a ribalta. Tendo-se tornado um teórico de referência nos meios científicos, da primeira metade do século XX.

Biografia - John Bowlby

John Bowlby nasceu em 1907, na Inglaterra e estudou Psicologia, Ciências Naturais e, depois, Medicina. Foi analisado por Joan Riviere, tornando-se membro titular da “British Psychoanalytical Society” (BPS). Melanie Klein supervisionou a sua primeira análise a crianças.
Em 1940, publicou trabalhos sobre a criança, a sua mãe e o seu ambiente. Três noções básicas fazem parte de sua obra: o apego, a perda e a separação. Em 1948, dirigiu uma pesquisa sobre crianças abandonadas ou privadas de lar. Em 1951, publicou o seu relatório Maternal Care and Mental Health.
Depois de 1950, foi dando à sua obra um conteúdo cada vez mais biológico.





Biografia - Gordon Allport


Gordon Willard Allport (Montezuma, 11 de Novembro de 1897 — Cambridge, 9 de Outubro de 1967) foi um psicólogo. As suas obras incluem Becoming, Pattern and Growth in Personality e The Individual and his Religion.
Deixou o seu legado à Psicologia com a Escala de Allport, definida no seu livro A natureza do preconceito de 1954 para mensurar a extensão do preconceito numa determinada sociedade.

Biografia - Solomon Asch

Psicólogo polaco, nascido em 1907 e falecido em 1996, Asch emigra para os Estados naturaliza-se norte-americano. As suas investigações, tal como as de Musafer Sherif, contribuíram para a definição dos modelos experimentais na área da psicologia social. Estudou concretamente os fenómenos de interacção grupal procurando conhecer os processos relacionados com a influência que as pessoas exercem umas sobre as outras. Através de experiências que desenvolveu na década de 50, procurou avaliar a conformidade do indivíduo ao grupo, concluindo que, mesmo em situações muito claras, as pessoas tendem a conformar-se com as normas do grupo.

Biografia - Robert Rosenthal


Robert Rosenthal é professor de Psicologia na Universidade da Califórnia, Riverside. Os seus interesses incluem profecias auto-realizadoras, que ele explorou num estudo bem conhecido do Efeito Pigmalião: o efeito das expectativas dos professores sobre os alunos*.
Rosenthal nasceu em Giessen, Alemanha em 2 de março de 1933, e deixou a Alemanha com a sua família aos seis anos de idade. Em 1956 foi premiado com um doutorado pela Universidade da Califórnia, Los Angeles. Começou a sua carreira como psicólogo clínico e, em seguida, mudou-se para a psicologia social. De 1962 a 1999, ensinou em Harvard, tornou-se presidente do departamento de psicologia em 1992 e professor de Psicologia em 1995. Quando se reformou em Harvard em 1999, foi para a Califórnia. Em 2008 ele tornou-se um professor universitário na Universidade da Califórnia do sistema estadual.


*EXPERIÊNCIA de ROSENTHAL


Robert Rosenthal fez acreditar a professores do 1º ciclo que, após a aplicação de testes, alguns dos seus alunos iriam progredir significativamente. Na verdade, os alunos tinham sido escolhidos em vão, sem lhes ter sido aplicado qualquer teste.

Oito meses depois os alunos cujo psicólogo tinha previsto uma melhoria melhoraram de facto! Isto porque os professores tinham criado expectativas positivas relativamente a esses alunos e, por isso, envolviam mais os alunos nas actividades escolares. As expectativas elevadas influenciou o seu rendimento. Sendo assim, podemos concluir que as expectativas podem fazer acontecer coisas - efeito de Pigmalião.

Biografia - Serge Moscovici

Serge Moscovici nasceu em 1928 e é um psicólogo social. Actualmente é director do Laboratoire Européen de Psychologie Sociale (Laboratório Europeu da Psicologia Social), que ele co-fundou em 1975 em Paris. É também membro do European Academy of Sciences and Arts , da Légion d'honneur e do Russian Academy of Sciences. O seu filho, Pierre Moscovici, é um conhecido político francês.

Biografia - Musafer Sherif


Muzafer Sheriff (29 de Julho de 1906, em Odemis, Turquia - 16 de Outubro de 1988, em Fairbanks, Alasca) foi um dos fundadores da psicologia social. Ajudou a desenvolver a teoria do julgamento social e do conflito realista. Extraordinário psicólogo social, Sherif foi um dos fundadores da psicologia social moderna, e desenvolveu várias técnicas exclusivas e poderosas para a compreensão de processos sociais, especialmente as normas sociais e conflitos sociais. Outras reformulações da psicologia social tiveram as suas contribuições para concedido, e re-apresentou as suas ideias como novo.

Cartaz de psicologia


A natureza biossociocultural da mente

No ser humano é complicado distinguir o que é sociocultural daquilo que é natural, biológico. A maneira como nos comportamos, o que somos e como somos resulta de características biológicas, bem como da influência dos contextos e das situações. De maneira a compreender estas influências, é importante realçar o papel da cultura, das interacções sociais e da história pessoal de cada indivíduo. Assim, concluímos que é impossível compreender como nos comportamos, como somos, como pensamos sem referenciar o mundo em que vivemos, uma vez que os aspectos naturais surgem sempre envolvidos por aspectos sociais e culturais.
O funcionamento mental constitui-se graças ao desenvolvimento activo do homem nos contextos, combinando elementos biológicos com elementos sociais e culturais. Quando se afirma que o homem é um ser biossociocultural pretende-se afirmar que cada acto humano é totalmente biológico e cultural, simultaneamente. Tomemos com exemplo a sexualidade e a alimentação, dois processos em que se evidencia a impossibilidade da autonomização dos elementos culturais e biológicos.

No ser humano, a sexualidade relaciona-se biologicamente com o funcionamento do sistema endócrino, a hipófise e o hipotálamo. Através de estímulos externos, o córtex cerebral desperta no homem impulsos sexuais. A nível cultural faz-se sentir de modo mais intenso. A homossexualidade, o adultério, entre outros, são encaradas de forma diferente, dependendo da época histórica e da cultura.

Quanto à alimentação, os aspectos biológicos não bastam para explicar a alimentação no ser humano. Os centros inibidor e activador da fome não são suficientes para explicar os comportamentos alimentares humanos. Existem não só factores sociais e culturais que regulam o nosso comportamento (horas de refeição, hábitos de consumo), bom como factores psicológicos que determinam certos comportamentos alimentares. Por vezes, come-se (ou não) para se compensar outras carências ou para fazer companhia a alguém. em suma, a alimentação humana e a sexualidade, para além da sua natureza biológica estão fortemente marcados por factores culturais e sociais.

Mary Ainsworth - Situação estranha

Numa primeira fase, a criança é levada para uma sala desconhecida, onde há muitos brinquedos, dando a oportunidade à criança de explorar o meio ambiente e brincar, na presença da mãe, sem esta intervir. Numa segunda fase, uma estranha entra na sala, no início silencioso, falando depois com a mãe e finalmente aproximando-se da criança para brincar. A terceira situação é realizada somente entre o estranho e a criança. A mãe sai da sala, ficando a criança sozinha com o estranho. A quarta situação é entre a mãe e a criança. Passados alguns minutos, a mãe volta a entrar na sala e o estranho sai, esta quando entra compõe logo a criança. No quinto episódio, a criança é o principal interveniente. A mãe sai da sala, deixando-o só. O sexto episódio intervém a criança e o estranho. O estranho entra na sala e interage com a criança. Por fim a última situação, é o sétimo episódio é entre a mãe e a criança. A mãe regressa e compõe a criança, e o estranho sai da sala. Através da observação destes episódios o investigador, vai constatar que o comportamento dos bebés de um ano, é divergente, ou seja, consoante o tipo de vinculação que estabeleceram com a sua mãe, vão reagir às diferentes situações apresentadas. As crianças, ditas “firmemente vinculadas”, ou seja com vinculação segura, exploram, brincam, com os brinquedos, aproximando-se com cuidado do estranho, ainda que na presença da mãe. Esta revela assim um moderado nível de proximidade na procura da mãe, porque podemos perceber isso, quando a mãe sai, e a criança fica um pouco perturbada mas fica feliz e entusiasmada com o seu regresso. Algumas crianças, ao contrário das primeiras acima mencionadas, não exploram a sala, na presença da mãe, ficando extremamente assustadas e até mesmo em pânico, quando a sua mãe sai da sala, e quando esta regressa a criança reage com uma certa ambivalência emocional, ao mesmo tempo que quer que a mãe lhe pegue ao colo, esta “luta” com alguma agressividade para ir de novo para o chão. Este padrão de comportamento é observável nas crianças “ansiosas/ resistentes”, sinal de um tipo de vinculação insegura resistente, porque podemos observar que a criança fica perturbada com a separação da mãe, é muito difícil de acalmar, porque esta procura conforto e ao mesmo tempo resiste. Outras crianças adoptam uma postura distante e afastada, como se nada lhe importasse, porque mostra uma certa indiferença no reencontro com a mãe após a separação, esta criança não fica muito perturbada com a presença do estranho. A criança evita a todo o custo o contacto com a mãe. Trata-se de uma vinculação insegura evasiva. Esta situação é vista quando uma criança, é retirada aos pais pela protecção de menores visto que corre riscos de vida, porque é deixada ao abandono, ou passa fome. A criança por vezes mostra mais afecto pelo estranho do que pela mãe ou pai, é como se soubesse que lhe estavam a salvar.

Experiência de Harlow


Harry F. Harlow (1905-1981) foi um psicólogo norte-americano que ficou conhecido pelas suas experiências em macacos bebés, que demonstraram a importância dos cuidados maternais, do conforto e do amor nas primeiras etapas do desenvolvimento.
As suas experiências laboratoriais consistiram na criação de duas “mães” artificiais: uma era feita apenas de arame enquanto a outra, era também de arame, porém, forrada com um pano felpudo e macio. Harlow observou que os macacos bebés preferiam claramente as “mães” mais confortáveis. Esta preferência mantinha-se independentemente de qual fosse a mãe que fornecia o alimento. Outras observações mostraram que o que estava em causa não era só a procura de conforto. O contacto parecia ser essencial ao estabelecimento de uma relação que transmitia segurança. Perante um estímulo gerador de medo, os macaquinhos agarravam-se à “mãe” macia tal como o fariam a uma mãe real. Este comportamento nunca era observado com as “mães” de arame, mesmo em macaquinhos criados só com ela.
Além disso, perante uma situação com muitos estímulos novos e na presença da “mãe” confortável, as reacções de medo e de se agarrar, rapidamente davam lugar à exploração curiosa dos objectos, com regressos periódicos à “mãe” para recuperar a segurança.
Pelo contrário, na ausência da “mãe” confortável, os macaquinhos ficavam paralisados pelo medo e não exploravam o ambiente. Isto acontecia também na presença da “mãe” de arame, mesmo em macaquinhos criados sempre na sua presença, ou seja, a “mãe” desconfortável é incapaz de transmitir segurança.
O resultado desta e de outras experiências, permitiram Harlow concluir que a variável contacto reconfortante suplementava a variável amamentação.
Harlow observou ainda que o contacto entre os macacos bebés e mães reais demonstrava comportamentos sociais e sexuais deficientes em relação aos criados com "mães" de pano, e que estes últimos apresentavam comportamentos sociais e sexuais normais se diariamente tivessem oportunidade de brincar no ambiente estimulador dos outros macaquinhos.

René Spitz - Hospitalismo

Entende-se por hospitalismo o conjunto de perturbações que o bebé pode sofrer devido a carências maternas. A ausência da mãe pode provocar uma depressão, devido à falta da figura materna. Quando crianças de idades muito precoces são sujeitas a uma privação de contacto com os seus entes mais próximos, vão sofrer de problemas tanto físicos como psicológicos que podem afectar o seu desenvolvimento normal, tais como, o atraso no desenvolvimento corporal, insónias, queda de peso, alteração do seu estado geral, incapacidade de adaptação ao meio, fragilidade e menor imunidade a doenças infecciosas.

Os estudos efectuados por René Spitz levaram a que, em 1945, houvesse uma primeira reforma das condições de hospitalização de crianças pequenas e, a que em 1950 a Organização mundial de saúde passasse a incluir nas suas orientações um documento de nome “Cuidados maternos e saúde mental”, onde se afirma: “...ficar claramente demonstrado que os cuidados maternos no decurso da primeira infância desempenham um papel essencial no desenvolvimento harmonioso da saúde mental”.

Experiência de Solomon Asch

Parte 1
Asch organizou uma experiência em que pedia a um grupo de pessoas A para formar uma impressão sobre uma personagem fictícia, após ouvirem uma lista de características sobre a mesma: «inteligente, habilidoso, laborioso, caloroso, prático, determinado, cauteloso». Outro grupo (B) recebeu a mesma lista de características à excepção da palavra «caloroso» trocada por «frio». Isto fez com que a impressão favorável geral fosse completamente alterada, constatando assim a veracidade da segunda questão proposta por Asch. Um único traço foi o suficiente para alterar a impressão geral (centralidade do traço).Os traços centrais organizam a percepção porque têm um peso informativo importante claro que os periféricos não possuem. No entanto existe uma relação de dependência do contexto, ou seja um traço é periférico ou central dependendo das suas relações contextuais com os outros traços.

Parte 2

Ao grupo A foi dada uma lista encabeçada pela palavra «inteligente», terminando com a palavra «invejoso». Ao grupo B deu a mesma lista com a ordem das palavras inversa e pedido para que escrevessem resumidamente a sua impressão duma pessoa detentora dessas características. Através desta experiência, foi verificada a existência dum efeito de primazia quanto à formação de impressões, pois os sujeitos com a primeira lista manifestaram uma opinião favorável enquanto o oposto se verificou no outro grupo. Este efeito explica que são os primeiros traços que lideram como devem ser compreendidos os seguintes

O efeito autocinético de Sherif

Um indivíduo é colocado num quarto escuro e levado a observar um ponto luminoso fixo. Em plena escuridão, as percepções visuais perdem o seu quadro de referência habitual o ponto luminoso parece deslocar-se: é o fenómeno da ilusão autocinética.
Pede-se então ao sujeito que faça um estimativa do deslocamento do ponto. Ele formula uma série de estimativas que pouco se estabilizam em torno de uma estimativa que corresponde à sua norma pessoal, norma que ele tenderá a reproduzir noutras tentativas. Essa norma pessoal pode apresentar grandes diferenças das estimativas dos outros sujeitos. Isto porque, numa segunda fase, quando as normas pessoais forem assim fixadas, cada sujeito é colocado diante das estimativas dos outros e todos exprimem as suas estimativas em voz alta.

Nessa situação, as interacções dos membros acarretam uma modificação progressiva das estimativas de cada um dos indivíduos, que abandonam as suas próprias normas pessoais para estabelecerem com os outros uma norma de grupo. Durante a experiência, o sujeito toma consciência de um desvio entre as suas próprias estimativas e as dos outros membros do grupo. Sente um mal-estar que o leva pouco a pouco a reduzir o desvio através de um processo de ajustamento recíproco. As diferenças são progressivamente reduzidas e constitui-se uma norma para o conjunto do grupo. Cada indivíduo reduz assim a incerteza e encontra maior segurança num julgamento comum. A norma é a fonte da estabilidade.
Se existe no grupo uma pessoa cuja competência ou posição é reconhecida pelos membros do grupo, a norma do mesmo tenderá a fixar-se em torno da avaliação dessa pessoa. Nesse caso, há ajustamento em torno da sua posição. A sua norma individual torna-se um ponto de referência numa situação em que a ausência de indicações cria um mal-estar.
A norma é um processo de redução da incerteza. Uma posição comum adoptada a partir de um consenso tem um efeito mais tranquilizador do que a percepção de diferenças de desvios. Uma vez estabelecida a norma do grupo, torna-se difícil desviar-se dela: o indivíduo deve conformar-se.

Efeito de Asch (experiência)


Nesta experiência, 8 sujeitos foram colocados diante de um quadro com varias cartolinas. Cada cartolina continha do lado esquerdo um linha vertical (figura de base) e à direita três linhas verticais de comprimentos diferentes, numeradas de 1 a 3, uma das quais representava a linha de base.
No grupo experimental, apenas um dos sujeitos é o verdadeiro sujeito experimental, e por isso é o sujeito ingénuo, enquanto os restantes 7, são comparsas do experimentador. Cada um dos sujeitos dá a avaliação em voz alta, sendo que os comparsas dão doze respostas erradas em dezoito ensaios experimentais. Estes respondem antes do sujeito. Deste modo, o sujeito ingénuo encontra-se numa posição minoritária e, apesar de não existir qualquer tipo de pressão explícita por parte do grupo, este chega a cometer erros que atingem os 5 cm.
Como resultados, Asch obteve que apenas 30% dos sujeitos experimentais não se conformaram à pressão implícita pelo grupo, ou seja, um terço dos sujeitos mantiveram-se independentes o que leva a colocar a questão de quais são os factores que explicam o conformismo.
O conformismo do sujeito será aumentado se reforçarmos a dependência do indivíduo em relação ao grupo: por exemplo, se o grupo é apresentado como particularmente atraente, o indivíduo deseja integrar-se nele. No entanto, é preciso notar que, quando o sujeito está de novo sozinho, ele volta às estimativas correctas.
Por outro lado, se as respostas do sujeito forem confirmadas pelo experimentador, a sua confiança será reforçada, e numa nova situação experimental ele vai questionar as aptidões do grupo.

Processo Conativo (o carácter específico dos processos conativos)


Construção de identidade