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Mary Ainsworth - Situação estranha

Numa primeira fase, a criança é levada para uma sala desconhecida, onde há muitos brinquedos, dando a oportunidade à criança de explorar o meio ambiente e brincar, na presença da mãe, sem esta intervir. Numa segunda fase, uma estranha entra na sala, no início silencioso, falando depois com a mãe e finalmente aproximando-se da criança para brincar. A terceira situação é realizada somente entre o estranho e a criança. A mãe sai da sala, ficando a criança sozinha com o estranho. A quarta situação é entre a mãe e a criança. Passados alguns minutos, a mãe volta a entrar na sala e o estranho sai, esta quando entra compõe logo a criança. No quinto episódio, a criança é o principal interveniente. A mãe sai da sala, deixando-o só. O sexto episódio intervém a criança e o estranho. O estranho entra na sala e interage com a criança. Por fim a última situação, é o sétimo episódio é entre a mãe e a criança. A mãe regressa e compõe a criança, e o estranho sai da sala. Através da observação destes episódios o investigador, vai constatar que o comportamento dos bebés de um ano, é divergente, ou seja, consoante o tipo de vinculação que estabeleceram com a sua mãe, vão reagir às diferentes situações apresentadas. As crianças, ditas “firmemente vinculadas”, ou seja com vinculação segura, exploram, brincam, com os brinquedos, aproximando-se com cuidado do estranho, ainda que na presença da mãe. Esta revela assim um moderado nível de proximidade na procura da mãe, porque podemos perceber isso, quando a mãe sai, e a criança fica um pouco perturbada mas fica feliz e entusiasmada com o seu regresso. Algumas crianças, ao contrário das primeiras acima mencionadas, não exploram a sala, na presença da mãe, ficando extremamente assustadas e até mesmo em pânico, quando a sua mãe sai da sala, e quando esta regressa a criança reage com uma certa ambivalência emocional, ao mesmo tempo que quer que a mãe lhe pegue ao colo, esta “luta” com alguma agressividade para ir de novo para o chão. Este padrão de comportamento é observável nas crianças “ansiosas/ resistentes”, sinal de um tipo de vinculação insegura resistente, porque podemos observar que a criança fica perturbada com a separação da mãe, é muito difícil de acalmar, porque esta procura conforto e ao mesmo tempo resiste. Outras crianças adoptam uma postura distante e afastada, como se nada lhe importasse, porque mostra uma certa indiferença no reencontro com a mãe após a separação, esta criança não fica muito perturbada com a presença do estranho. A criança evita a todo o custo o contacto com a mãe. Trata-se de uma vinculação insegura evasiva. Esta situação é vista quando uma criança, é retirada aos pais pela protecção de menores visto que corre riscos de vida, porque é deixada ao abandono, ou passa fome. A criança por vezes mostra mais afecto pelo estranho do que pela mãe ou pai, é como se soubesse que lhe estavam a salvar.